Nunca percebi a menopausa da minha mãe

O universo feminino ainda é bastante desconhecido. Até mesmo para nós mulheres, compreender os fenômenos do nosso corpo e nossa maneira de estar no mundo, nem sempre é tarefa fácil.

Nunca percebi a menopausa da minha mãe

Nunca percebi a menopausa da minha mãe

O universo feminino ainda é bastante desconhecido. Até mesmo para nós mulheres, compreender os fenômenos do nosso corpo e nossa maneira de estar no mundo, nem sempre é tarefa fácil.

Não faz tanto tempo assim que como sociedade começamos a prestar atenção e trazer pra conversa, temas que tanto impactam a vida das mulheres, quando se trata das fases de desenvolvimento de corpos femininos. Menstruação e menopausa em muitos ambientes, ainda são tabus e sendo assim, coletivamente temos certa dificuldade de falar abertamente sobre esses dois grandes marcos do desenvolvimento das mulheres.

A boa notícia é que isso vem mudando, que bom! E cada vez mais temos acesso a conteúdo e informação de qualidade para nos apropriarmos de características tão nossas e aos poucos aprender a olhar para elas como um fator de potência.

Recentemente, me dei conta que o tema menopausa ainda não faz tão parte da minha vivência. Sou uma mulher de 40 anos que ainda não chegou nessa fase. Mas notei que mesmo a menopausa de mulheres muito próximas a mim, como minha mãe, minhas tias e minhas avós, passou assim, digamos, despercebida. Acredito que isso, em parte, porque não temos o costume de falar tanto sobre isso, temos pouca informação de qualidade e vemos somente o lado negativo, os sintomas que incomodam. Também percebi que sem falar sobre o tema mais abertamente, perdemos a oportunidade de praticar a empatia e compreensão com as mulheres à nossa volta, que atravessam essa etapa da biografia, que todas nós iremos passar. 

Fiquei refletindo então sobre, o que será que essas mulheres ao meu redor vivenciaram nessa fase? Quais foram seus desejos, quais foram suas angústias? O quê essa transformação provocou nelas de forma mais ampla? Que tipo de apoio gostariam de ter recebido?

Conversando com algumas delas fica evidente que se soubéssemos mais sobre esse fenômeno, poderíamos ser rede de apoio umas às outras.

 

Um grande portal de transformação

Para além dos sintomas físicos mais conhecidos como os calorões, as mudanças de humor, no formato do corpo e claro, o fim da menstruação, a menopausa traz outros acontecimentos que não só na dimensão física das mulheres. Transformações também em aspectos emocionais, psíquicos e por que não, espirituais.

Nossa biografia é um grande fio, um suceder de acontecimentos, com eventos importantes e impactantes. A cada fase da vida são revelados novos convites e oportunidades para nosso autodesenvolvimento. De um lado, conforme a idade avança, o corpo físico muda e pede adaptações, vai perdendo sua vitalidade. Por outro lado, nossa alma e nosso espírito têm a possibilidade de crescer e amadurecer. 

Olhando por esse prisma, podemos ressignificar a fase de vida das mulheres que acompanha a menopausa. E se olhássemos para ela, como um grande portal de transformação, um encerramento de um ciclo e o início de outro? A menopausa também pode vir acompanhada de uma revisão de valores, de prioridades, uma revisão do que a partir dali é essencial para cultivar mais qualidade de vida. Que nova mulher surge com a menopausa? Novos desejos, novos projetos, novas perspectivas? Sonhos que foram adiados, podem ser retomados? A menopausa pode ser um grande convite à autodescoberta.

Mas pra tudo isso, um fator é crucial. O conhecimento e a informação. Conhecimento é poder. Conhecendo o que está por vir, é possível fazer escolhas mais conscientes e adotar estratégias para lidar com os sintomas e com as mudanças inerentes ao processo.

Será que é possível encarar a menopausa como uma oportunidade de autodesenvolvimento?

 

Essa é a pergunta que norteia nossa conversa no episódio
#53 MENOPAUSA: tempo de sabedoria e evolução espiritual, do nosso podcast.

Clique aqui para ouvir o podcast.

Nossa convidada é a Dra Catia Chuba, ginecologista e obstetra ampliada pela Antroposofia, que compartilha suas vivências pessoais com o tema e também como tem acompanhado mulheres atravessarem essa etapa da vida, em sua prática médica.

Uma coisa é certa: ninguém precisa caminhar sozinha por essa transição! Troque experiências, converse, acolha sua vulnerabilidade e aproveite o poder dessa fase. E se você assim como eu, ainda não chegou lá, se informe, conheça, aprenda. Que a gente se permita acolher esse renascimento da mulher com conhecimento e empatia.

Compartilhar este post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *